Apesar da insegurança que assola a economia por conta das crises mundiais, a atividade no setor deve ter um crescimento na casa dos 5%. Para se ter uma ideia, sete principais regiões metropolitanas do Brasil somaram alta de 2,3% em empregos no setor
Os tempos são de alento e esperança para a construção civil. Num ano que começou com uma desconfiança geral em todos os setores por conta das crises europeias econômicas, a construção civil, que deve receber em 2012 mais investimentos na área de infraestrutura com o objetivo de superar os gargalos existentes nessa área, respira mais aliviada. A perspectiva parte da consultoria Tendências.
A empresa projeta aumento na atividade do setor da construção, com alta de aproximadamente 4,5% com relação a 2011, que já havia apresentado alta de 4% em comparação com 2010, segundo a produção física de materiais de construção (ICC), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o estudo, esses números evidenciam a relevância da atividade da construção para a sustentação do crescimento econômico nacional, principalmente em um ano marcado por incertezas quanto à recuperação mundial.
Os aportes em 2011 por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), principal fonte de recursos para o setor, praticamente não sofreram alteração com relação a 2010 em termos reais. O investimento cresceu apenas 7% em termos nominais na comparação com 2010, o que não revela um quadro expressivo.
Além disso, o montante destinado à infraestrutura foi relativamente baixo, representando 40% do total. Todos os indicativos partem dos estudos da consultoria. Com relação ao custo da construção, a empresa estima que os preços fiquem acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do país. A projeção é que o custo do setor cresça 6%, enquanto o IPCA deverá crescer 5,5%.
A construção civil foi o setor responsável pela maior alta no número de empregos nas regiões metropolitanas do país no mês de janeiro de 2012, com alta de 23% em relação ao mês de dezembro de 2011. No mês, 30 mil novos postos foram criados. Com relação a janeiro de 2011, o setor criou 69 mil vagas, aumento de 5,4%. As informações são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que considera trabalhadores em obras de infraestrutura, novas edificações e reformas e reparações de edificações.
A pesquisa estima que, atualmente, 1,3 milhão de pessoas estejam empregadas na construção civil. Em todos os setores, no mês, houve aumento de 16 mil ocupações no estoque. O setor da indústria foi responsável pela queda, com o fechamento de 46 mil vagas. Com relação a janeiro do ano passado, houve alta de 2,4%, com a contratação de 475 mil pessoas. Pela situação econômica mundial que paira no ar por conta das crises sobretudo de Grécia, Itália e Portugal, a construção civil tem motivos de sobra para abrir um largo sorriso e respirar aliviada. Pelo menos por enquanto.